Atendimento psicológico diante da ideação suicida

Ideação suicida não é uma expressão da vontade, e sim uma expressão de sofrimento psíquico grave. Deve ser considerada um sintoma que exige avaliação e atuação profissional.

O que fazer primeiro?

Quando alguém apresenta ideação suicida, o primeiro passo é falar com ela sobre o assunto. É importante tentar compreender o que está havendo, qual o conflito que a pessoa está vivenciando e que ela não está conseguindo pensar em outras formas de lidar.

Mas e o que mais é possível fazer?

É importante avaliar o risco de suicídio ou ficar com a pessoa até que algum profissional possa realizar essa avaliação.

Avaliação de risco

Os principais fatores de risco são:

  • tentativa de suicídio prévia ou história familiar de suicídio
  • presença de transtorno mental (principalmente sem tratamento ou com tratamento irregular)
  • Impulsividade
  • Rigidez de pensamento.

Deve-se ficar atento aos 3Ds:

  • Desespero
  • Desamparo
  • Desesperança

Os principais fatores de proteção são:

  • Rede de apoio
  • Projetos de futuro e sonhos
  • Flexibilidade do pensamento
  • Aceitar ajuda

Avaliar ideação suicida:

  • Você não pode ter medo de falar diretamente sobre isso.
  • Avalie a frequência e intensidade dos pensamentos suicidas. Atenção à forma como a pessoa reage a esses pensamentos e ao grau de autocontrole.
  • Avalie o grau de intencionalidade e planejamento (estruturação do plano)

Outros aspectos que devem ser considerados:

Estado mental atual, antecedentes, aspectos relacionados a tentativa atual, sentimentos negativos, estressores prévios e atuais, dinâmica familiar, recursos de enfrentamento, funcionamento atual, tratamentos prévios e atuais, disponibilidade para acompanhamento.

Como ajudar?

  • Escute, acolha.
  • Aceite a ambivalência, mas reforce os aspectos que indicam a vontade de viver.
  • Evite rótulos e preconceitos.
  • Importante estimular a esperança e o tratamento.
  • E tente ganhar tempo. É importante proteger o paciente enquanto o tratamento faz o efeito.
  • Oriente os familiares sobre os fatores de risco e as medidas de proteção, especialmente sobre a importância da pessoa não ficar sozinha e não ter acesso aos meios potencialmente letais.

Avaliação não é previsão.

Infelizmente, não é possível evitar todos os casos de suicídio. Mas podemos evitar a maioria deles. É importante avaliar e tentar identificar o que fazer primeiro, focalizando sempre no primeiro momento a segurança do paciente.

Após o paciente estar seguro, o foco será mantê-lo estável.

Tratamento recomendado

  • Avaliação médica, preferencialmente por um psiquiatra.
  • Avaliação psicológica.

Pelo SUS, é possível encaminhar para as Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou Hospitais.

A internação psiquiátrica pode ser necessária em alguns casos, especialmente quando o paciente mantém ideação suicida, rigidez de pensamento, tem pouca disponibilidade para o tratamento e/ou uma rede de apoio restrita.

Caso seja identificado que aconteceu uma tentativa de suicídio, o encaminhamento deve ser a um serviço de emergência médica.

Se quiser saber mais sobre o atendimento psicológico em situações de ideação suicida ou tentativas de suicídio, baixe o ebook gratuito: https://psimariaemilia.com.br/ebook-gratuito/

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Psi. Maria Emília

Psi. Maria Emília

Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Gestalt-terapia pelo Comunidade Gestáltica. Especialista em Saúde pela Residência Integrada Multiprofissional em Saúde (Alta Complexidade HU/UFSC). Mestrado Profissional pela UFSC. Atua como psicóloga hospitalar e clínica.  Além de professora, preceptora de Residência e supervisora de estagiários e psicólogos já formados.​
Psi. Maria Emília

Psi. Maria Emília

Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Especialista em Gestalt-terapia pelo Comunidade Gestáltica. Especialista em Saúde pela Residência Integrada Multiprofissional em Saúde (Alta Complexidade HU/UFSC). Mestrado Profissional pela UFSC. Atua como psicóloga hospitalar e clínica.  Além de professora, preceptora de Residência e supervisora de estagiários e psicólogos já formados.​

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